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Relação jurídica antiga, contrato novo.

  • Foto do escritor: Sandra Brandão
    Sandra Brandão
  • 29 de set. de 2023
  • 2 min de leitura
É muito interessante observar. Mas logo vem a mania de definir, criticar, presumir, se proteger, atacar, enfim, criar uma história.

Certa vez, observei um empresário da área artística, muito incomodado pela burocracia criada pelo advogado de seu cliente, segundo suas palavras. Aquele novo contrato padrão, exigido para cada nova campanha, gerou um tsunami de mensagens e retrabalho, espalhando tudo que antes vivia num fluxo antigo e funcional.

Mas o advogado cuidava do compliance. “Não podemos mais ter fornecedores sem um contrato escrito”, ele dizia.

Além do certo e do errado, existe um campo - parafraseando Rumi (poeta e teólogo do século XIII), e na minha experiência pessoal, é preciso abertura e humildade para desapegar da necessidade de defender seu ponto de vista. Arrisco ainda dizer, desapegar de ter um ponto de vista.




Por que? Porque na maioria das vezes esse apego serve ao ego e não à relação. Porque nada é permanente ou existe independente de diversas causas e condições. Portanto, seu ponto de vista não faz sentido se for algo fixo.

Há uma tira-teima fácil para descobrir. Se pergunte: a quem ou para que serve seu ponto de vista, sua ação ou pensamento?

Bom, o final dessa história, foi o seguinte. Feito o convite para um encontro, vieram aquelas pessoas exaustas. Pareceu necessário, então, um espaço para esvaziar suas reclamações, histórias e medos. Eu não vi histórias. Só observei o esvaziar e facilitei o respeito a esse espaço, nutrindo as escutas.

Parece o mar, que vai e vem. Não quero poetizar, mas juro que dá para ver.

Quando o mar voltou leve, como num fim de tarde, facilmente se combinou um novo fluxo de trabalho e um texto de contrato que atendia às necessidades de ambas as partes. Não foi mágica. Eles simplesmente queriam a mesma coisa.

A vida é bem mais simples do que parece. Nós, especialmente os advogados (não resisti a piada), é que complicamos tudo.

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