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Não há movimento na zona de conforto

  • Foto do escritor: Sandra Brandão
    Sandra Brandão
  • 31 de jan. de 2024
  • 2 min de leitura

Você é advogado e faz ou analisa contratos? Você é empresário e assina (ou deveria assinar) muitos contratos?


Quais são suas dores recorrentes? Ter a certeza de que lembrou de prever todo o necessário para proteger seu cliente ou sua empresa de quaisquer eventos futuros, inclusive aqueles que são pouco prováveis de ocorrer?


Pouco prováveis. Mas podem ocorrer, não podem? Então, segue o jogo.


Quais são suas histórias? Tem aquela recorrente do contrato perfeito, mas que nem saiu da gaveta porque o processo judicial sairia mais caro do que a multa prevista ou capacidade financeira de pagamento do infrator? Ou do contrato perfeito, que acabou não sendo assinado, porque torcia ou travava o negócio de tanto peso na tinta?


Você se identifica com essas histórias?


E se eu te disser que o contrato não assinado, assim como o conflito não solucionado, que trouxe prejuízo, trauma, frustração ou risco desnecessário, pode ter sido decorrente da construção de um instrumento que não apoiava a verdadeira natureza daquela relação jurídica e suas potencialidades?


O que poderíamos fazer diferente, então? Advogar como facilitadores de diálogos, apoiando a construção do contrato pelas próprias partes. Ter boas perguntas para promover a abertura da mente, redigindo cláusulas que abriguem soluções mais criativas de composição de rupturas de expectativa do que o velho padrão das penalidades, que regulam o relacionamento pelo medo e não pela criatividade. Enfrentar temas delicados antes de começar a redação do contrato, para que as próprias partes os enfrentem, saindo da ilusão de que a redação do advogado daria conta do invisível.


Essas são algumas possibilidades, as quais venho praticando, após profundo estudo em sede de pós graduação e pesquisa de TCC. Os resultados ainda não foram medidos. Nem sei se um dia isso será possível. Até porque às vezes tenho a impressão que meus “cobaias” ainda estão desconfortáveis com o processo. É muito diferente. Toma tempo. É desconfortável. Cá entre nós, gosto disso. Não há movimento na zona de conforto ;).





2 Comments

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patricia croitor
patricia croitor
Feb 01, 2024

o movimento é lento na zona de conforto...mas será que é conforto mesmo? ou uma falsa sensação de conforto, porque sempre foi assim, deixa como está pra ver como é que fica? eu continuo investindo tempo para conversar, antes, durante e muitas vezes depois da assinatura de um contrato. são relacionamentos, e relacionamentos exigem comunicação constante. Poder facilitar essa comunicação, não apenas com nosso conhecimento técnico jurídico e experiência em negócios mas com sensibilidade humana é o que tem me movido e o que me faz amar nossa profissão (que muitos amam odiar eheheh).

siga nos inspirando e provocando, Sandi!

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Brandao Oliveira
Brandao Oliveira
Feb 01, 2024
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Uma amiga usa a expressão "zona de desconforto". Né?

Adorei seu comentário, Paty. É isso! To contigo e não abro.

Enquanto isso, dia desses estava analisando um contrato para a assinatura pelo meu cliente, enviado por uma dessas grandes empresas. Não consegui acesso de jeito nenhum ao jurídico da empresa. Pior. Nem a própria empresa tinha acesso humano ao jurídico deles, pois as solicitações eram feitas e respondidas "via sistema". Autômatos total. O contrato enviado era daqueles gigantes padrão, cujo conteúdo, em pelo menos 80%, não tinha nada a ver com a contratação. Como pode um jurídico se distanciar tanto da realidade das relações?


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