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Em busca da (im)perfeição.

  • Foto do escritor: Sandra Brandão
    Sandra Brandão
  • 11 de out. de 2023
  • 2 min de leitura



Advogar, para mim, não é uma profissão. Tem sido um caminho.


Quem me conhece, sabe que adoro ler, estudar, buscar soluções, gerar reflexões. Esse é o caminho da mente.


A estrada nestes últimos tempos, porém, tem revelado minha potencialidade a partir da observação e experiências de outras partes do corpo.


No contexto deste artigo, quero usar as palavras ou conceitos de “mente”, “corpo”, “sentimentos”, “alma” sem qualquer carga de profundidade técnica ou filosófica. Acredito que dentro do que escrevo, aqui e agora, encontrarão seu significado como um desabafo e aspiração de ressoar em quem quer que seja.


Esta semana estive diante da minha agenda, prestes a entrar em uma reunião que cataloguei de complexa, sobre um assunto que julguei pouco dominar. Todos estes julgamentos, aprendi, serviriam pouco. Grandioso foi enfrentar o que verdadeiramente escondiam. Maravilhoso foi tomar consciência e aceitar que me sentia ansiosa e pouco confiante em mim mesma.


Sou capaz de apostar que qualquer advogado do mundo, mesmo aqueles que poderíamos transformar em heróis de filme americano, sente-se assim e não são poucas as vezes.

O que ele faz, então? Arrisco dizer que, assim como nos filmes, protege-se de forma inconsciente, manipulando aos outros e a si mesmo, exercendo papéis pouco autênticos, afastando o Direito de sua mais linda missão que é servir às relações, criar conexões e trazer harmonia.

Não quero mais perder esse tempo. Tenho fome em outro saber. Saber de mim. Me encho de porquês.

Por que estou ansiosa? Por que preciso que me aprovem? Por que acredito que não estou preparada?


Meditei e observei o que surgia. Reconheci, permiti-me sentir profundamente, investiguei e soltei. Assisti minha necessidade de ter certeza do que fazer, minha crença de que não poderia errar, que vive junto à minha prepotência de saber o que é certo ou errado. Vi meu desejo de ser aprovada bem acima dos objetivos da reunião, do cliente e da solução que eu tanto almejava ter. Ah, quantos grilhões!


Pois a criatividade não namora a liberdade? O lugar das infinitas possibilidades não começa do não saber? A acomodação de uma possível solução jurídica não vem da conexão de todos os envolvidos? Por que dependeria só de mim, que já entrava com pouca escuta, de tanta necessidade de saber?


Usei minhas ferramentas. Uma nova caixinha que carrego comigo, conforme venho recebendo de lindas figuras humanas que me inspiram ou de cursos focados no meu autoconhecimento.


Entrei calma e curiosa na reunião. Sensação de leveza. Notei minha habilidade nata de fazer boas perguntas, assim como meu poder de sustentar importantes silêncios.

Reunião encerrada. Energia alta. Sinal de um bom caminho!

1 Comment

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Daniel Lopez
Daniel Lopez
Oct 11, 2023

Que lindo e oportuno!! Válido para todas profissões.

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