Acordo de Investimento
- Sandra Brandão
- 21 de dez. de 2023
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de jan. de 2024
Estudando sobre transformação de conflitos, aprendemos sobre o olhar possível para aquilo que é episódio e a curiosidade que podemos ter a respeito do correspondente epicentro.
Para explicar, vale trazer um caso prático.

Um empresário queria um contrato para que pudesse receber investimentos financeiros de terceiros em seu negócio. Chamava a atenção que os 3 primeiros investidores eram amigos pessoais, de confiança, com muita experiência em negócios. O empresário repetia que não queria sócios, mas que estes investidores eram importantes “para além do dinheiro”. Ele repetia que, se fosse só pelo dinheiro, seria mais barato um empréstimo no banco.
Ele queria, mas não queria o envolvimento daqueles investidores em seu negócio.
A partir de uma profunda conversa com aquele empresário, seguida de um convite para que pudéssemos conversar com os investidores, todos juntos, em uma única reunião, surgiu à nossa frente um contexto que acreditamos se aproximar mais do epicentro. O empresário havia tido uma experiência anterior societária muito traumática, daquelas que fixa a crença de não querer ter sócio nunca mais. Ao mesmo tempo, ele sentia a limitação de tocar a frente um negócio desafiador totalmente sozinho.
Será que a elaboração de um acordo de investimento, que tratasse somente dos valores financeiros, seu retorno em espécie ou em opção de compra futura de quotas, com regras pragmáticas, atenderia àquela relação, que envolvia o investimento sim, mas também amizade, sonho, possível soma de potenciais e até a grande oportunidade de liberação de um trauma?
Somos advogados e não psicólogos. Sabemos disso. Mas será que é possível separar o empresário de toda essa história e relações? Não seria uma ilusão acreditar nisso? Não seria uma grande oportunidade para aquele papelzinho chamado de contrato procurar trazer uma escrita que apoiasse o que nos pareceu mais importante neste caso, que é uma parceria a longo prazo e apoio mútuo, que pudesse ser construído aos poucos?
Nos parece que sim, especialmente porque todos se engajaram na construção conjunta do contrato. Nosso apoio seguiu simplesmente na facilitação das conversas e na adequação jurídica das necessidades.
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